segunda-feira, agosto 11, 2008

Emaranhar de ideias


A porta fecha. As cortinas correm. A vontade de escrever alia-se a um misticismo colorido pelas batidas quentes e escuras da noite. As palavras sussurram-me segredos analfabetos para o meu entendimento. Sei, por saber, que me falam do meu âmago. Trazem escondidas essências de sabedoria, razão e sentimento absurdo. Não é fácil perceber. O tempo esvoaça como o fumo da imaginação e a areia quase cessa e há a tomada de decisão que não espreita. A velocidade da rotação aumenta complexadamente e envolvo-me no que vejo, sem saber a porta de chegada e de partida. Estou no meio. Virtude? Graça? Desejo? Erro? É… no horizonte brilham questões e negações que se aliam a uma constante numa equação demasiado infinita. A terra e os sonhos sabem a mundos paralelos: intocáveis na perspectiva mais óbvia. Soltam-se gritos e asas avolumadas o suficiente para criar laços desejáveis. A identidade reluz e não se parece mais com o universo que arrefece pouco a pouco. No meio deste emaranhar de ideias, alguém ousa esperar pela luz da porta mais certa.