terça-feira, maio 29, 2007

E tu quem conhecerias?


"Se houvesse uma oportunidade de conheceres alguém famoso que admiras, quem escolherias?"

Num impulso veio-me o nome Paulo Coelho... É alguém que admiro, mas confesso que não sei se gostaria de conhecê-lo.
É como ver filmes baseados em livros. Muitas vezes são uma decepção, porque criamos uma imagem só nossa e depois somos confrontados com uma tão diferente que ficamos desiludidos. Não sei se ao conhecê-lo iria ficar decepcionada, provavelmente iria ficar maravilhada, mas ainda assim prefiro conhecê-lo pelo o que leio. Afinal ele, como todos nós, é um ser com defeitos e qualidades, e além disso tem o poder e coragem de se expor através da palavra.

Estou bem em conhecer quem conheço. Pessoas maravilhosas fazem parte da minha vida, e sobre elas construi uma imagem real que com o dia-a-dia vou aperfeiçoando...

Se tenho um retrato colorido de alguém, por que razão iria acinzentá-lo com um simples contacto humano? Opto por continuar a colori-lo com o contacto leitor/livro.


P.S. *Hoje percebi que existem pessoas que, em pleno século XXI, continuam agarradas ao senso comum e aos hábitos machistas, rotineiros, de um passado distante. Pergunto-me "Como é possível?". A verdade é que ainda há pessoas assim...

sexta-feira, maio 25, 2007

Velho

- Oh menina será que vai chover?
- Provavelmente... O céu está tão cinzento. Tenho de ir. Xaú!
- Xaú menina. Deus queira que não chova!
- Deus queira...


Lá ia eu no meu percurso habitual quando fui interpelada por uma velhinha que, na ânsia de conversar com alguém, meteu conversa comigo. O diálogo foi rápido, mas foi suficiente para perceber que aquela senhora estava tão só e ao mesmo tempo tão desejosa de se libertar do vazio que habita em si... Tive pena! Percebi ainda que ela confia em Deus, e Ele certamente lhe irá dar um pouco de alegria e irá ajudá-la. Quem sabe se Ele não irá enviar alguém como eu para a saudar! Afinal de contas somos nós que temos de cumprir aquilo que Ele espera de nós!

P.S. Gostava de ter ficado mais tempo a falar com a senhora, mas tinha uma consulta e já estava atrasada. Tive pena...

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Velho

Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado

Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?

O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim

Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim

O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim

Música de Mafalda Veiga

quinta-feira, maio 17, 2007

Pensa


Critica-se destrutivamente tudo e todos. Erra-se! Agimos mal! Não temos o direito de julgar ninguém! Se alguém errou que lhe sirva de correcção para atitudes futuras... Ao invés de "mal tratar" os outros com frases desagradáveis repletas de sarcasmo, não deviamos dar uma mão a estes "desprotegidos" da sociedade? Não deviamos mostrar um pouco mais de compaixão e de civismo? Creio que sim... Já pensaste como tu te irias sentir ao ouvir as barbaridades que dizes?

Felizmente "Vozes de Burro não chegam ao céu!"




P.S.
* Sei que é impossível mudar as mentes, mas este texto serve apenas para relembrar que é necessário pensar antes de dizer certas coisas!

*Hoje apetecia-me estar no Universo a ouvir aquela música e dançar...

sexta-feira, maio 11, 2007

Uma nova lua, um novo capítulo


Revolta. Medo. Insegurança. Alegria. Satisfação. Foi tudo isto o que senti na semana em que estive ausente do blog.

Parece estranho, mas foi nestes dias em que senti mais necessidade de escrever. Talvez porque também foi um tempo conturbado, cinzento, complexo... Primeiro porque houve mais uma despedida, coisas inexplicáveis aconteceram, pessoas queridas magoaram e outras reconfortaram... Dei-me por fraca, vencida, incompreendida, realizada, feliz, confiante.

Percebi que todas as histórias têm um fim, e somos nós que o temos de compreender. Adiamos demasiado o inadiável... Devemos acabar sempre uma história começada, encerrar um capítulo e iniciar outro devagar. Não é bom escrever tudo logo na primeira página, é bom é ir escrevendo, ir saboreando os momentos e viver... E é aqui que falhamos, não vivemos. Simplesmente deixamos os dias passarem, damos importância a coisas supérfluas e esquecemos que há um mundo lá fora. Um mundo dinâmico que não admite atrasos. É pontual e somos nós que o devemos seguir àquele ritmo. Claro está, que ele faz (muitas) paragens para nós recuperarmos o fôlego, e é nestes momentos de quebra que paro para escrever estas simples palavras, que tão bem me fazem...


Mas no fim de tudo isto, agora estou em paz. A lua do meu céu azul renasceu, e Ele acompanha-me e pega-me ao colo sempre que estou sem forças para viver=)