quarta-feira, dezembro 26, 2007

Um pouco mais de luz


Um pouco mais de luz e a objectiva captava o momento perfeito. Captou apenas o normal, aquele comum aos meus e aos teus olhos, aquele que é baço aos meus e aos teus olhos, aquele que escurece ainda mais os meus e os teus olhos.


Lamento,
nem a música, nem o espaço, nem a paciência, nem a coragem aumentaram a luminosidade.
era pouca a claridade, era pouca a luz, era pouca a chama.
não poder focar mais o instante, por mais que desejasses.


Tudo falhou: a luz, o palco, a forma, o sorriso, a objectiva, o filme, a esfera, o gáudio.


Um pouco mais de luz e a objectiva captava o momento perfeito. Não captou. Temos pena.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

E não dorme.


O mesmo dia, a mesma tarde, a mesma hora, o mesmo minuto. Passa.
O mesmo dia, a mesma manhã, a mesma hora, o mesmo minuto. Passa como se vivesse.
O mesmo dia, a mesma madrugada, a mesma hora, o mesmo minuto. Passa como se não tivesse dormido.

E não dorme.

Vive sob os dias que existem, sob as pessoas que pensam existir e sob as coisas que não existem. Vive até falhar, até quebrar um passo, até errar um caminho. Vive só ali, naquela calha, naquelas paralelas. Vive aos olhos dos que não vêem e dos que estão cegos pela rotina.

Ainda assim não vive. Pensa que dorme. E não dorme.

Não dorme porque não pode, porque há sempre alguém que precisa de um destino, de um passaporte por escrever, de um conforto inexistente. Não dorme porque não pode, porque só há tempo para cruzadas e encruzilhadas, para velocidades e colateralidades. Não dorme porque não pode, não pode, não pode dormir.


E não dormiu ontem.
E não dormiu hoje.
E não dormiu... Dormirá amanhã, naquela madrugada, naquela hora, naquele minuto, naquele instante de fim.


P.S. *Quem dormiu ontem ou hoje comente ;)

sexta-feira, dezembro 14, 2007

O baú


Naquele dia decidiu relembrar. Foi buscar o baú das antiguidades àquele sítio. Estava pesado e cheio de pó (como a pedra do baú); esquecido no espaço e no tempo. Dirigiu-se para aquele outro sítio.
De olhos fechados abriu-o. Tantas cartas, tantas prendas, tantos desejos, tantas lembranças. Os rostos gelados, das fotografias embrulhadas em cetim, ainda preservavam os sorrisos quentes; a caligrafia, dos bilhetes e das cartas, ainda guardavam a suavidade da escrita; os presentes, de alguém, ainda protegiam o duplo carácter.
De olhos nostálgicos e sorriso melancólico guardou as promessas esquecidas do último bilhete.
Fechou o baú para outro dia, ele estava encerrado para recuperar memórias.

domingo, dezembro 09, 2007

Vive e gosta


A nossa vida é um caminho áspero, mas que dá gozo ser percorrido.

Começas por dar um passo, depois outro, e vais caminhando… Umas vezes mais rápido outras mais devagar. E neste caminho tens companhia, há sempre alguém que nos guia e acompanha: a família, os amigos, aquelas pessoas especiais… Enfim, há muita gente que torce por nós.

Por vezes, o Sol cega-nos tanto no caminho que achamos que estamos sozinhos. Mas depois vem o vento que nos sussurra ao coração coisas tão belas que nos fazem pensar naquilo que somos e no que queremos…

Pois bem, acredita que tu não estás sozinho na tua jornada, alguém espera que traces o teu caminho até ao fim sempre com vontade de viver, porque viver só se vive uma vez e esta vez tem de ser espectacular… Por isso, não desistas nunca! Tu tens valor, acredita! Há muita gente que precisa de ti, do teu sorriso, do teu abraço, da tua sinceridade, da tua vida! Vive e gosta ;)!