quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Hoje não


Sem chão, sem terra firme. Um pouco assim me sinto por não saber o que pensar, o que dizer, o que esperar. Saber que pode ser mágico não atenua o pedaço de mim. Podia precisar de janelas e portas para fugir, podia precisar de réstias de noite para me afundar e cair no vazio, no infinito simbólico que existe. Mas, hoje não há janelas nem portas nem réstias de nada; hoje só existo eu, apenas eu comigo e com os outros e com Alguém, não eu contigo, eu sem ti.

Hoje fico a pensar que o meu chão ficou invisível, e que não vou cair mesmo não vendo o chão e que não vou falhar mesmo sabendo que já não existes, mesmo sabendo que queres que eu sinta que já não existes. Hoje não vou tropeçar mais uma vez, hoje não me vou demorar nas minhas poesias abstractas com aquele sentido, hoje não vou confiar no que é dito sem escutar o essencial com os meus olhos. Hoje não.

Este hoje com sentido de futuro e com sentido de mim com um chão balanceado.