segunda-feira, maio 21, 2012

Sombra lado-a-lado

Quando duas sonhadoras se juntam, o resultado é inesperado e um sorriso certamente.
Eis um poema, a duas, de um sonho que tarda num por-do-sol que ainda não se ouviu.




Sabes que aqui estou.
Em bicos dos pés para que não oiças.
Sussurra aquilo que não quero ouvir.
E não me vejas.
Não queiras ser o que não és.
Sê a descoberta dos sentidos dos meus pés, dos silêncios das minhas palavras.
Fica forte, forte e inteiro, sê em mais além.
E vê a minha sombra que sempre te acompanha.
Num pasodoble a um dramatizado.
Num tango a uma valsa.
Em movimentos rotatórios do sol que me cria, a mim, sombra de mim.
Para no fim, no Sol-por, cairmos de braços abraçados, com a certeza que sempre nos vimos. 


Catarina & Ângela


P.S. A música de fundo é a história do Homem: http://www.youtube.com/watch?v=7Qqtqj1odfw

sábado, maio 05, 2012

O que chegámos a ser


Mãe, tenho saudades do que não fomos. Das conversas que não tivemos, das palavras que não dissemos, das brincadeiras que não fizemos, das gargalhadas que não demos.
Mãe, tenho saudades do que não foste. Das histórias que não me contaste, dos medos que me detiveste, das flores que não me deste.
Mãe, tenho saudades do que não fui. Dos sonhos que não te mostrei, dos beijinhos que não te dei.
Agora, queria zangar-me contigo e perguntar-te por que é que somos assim. Agora queria dizer isto tudo com os olhos de lágrimas e com um sorriso de bem-te-querer. Não me posso esquecer que a nossa ligação é umbilical e por mais voltas que dermos vamos gostar sempre uma da outra. As saudades serão sempre grandes, mas lembrar-te e tu lembrares-me será saudade do que chegámos a ser.
Um amor como este é para sempre. E sabes? O sempre é muito tempo. Eternidade.
Para ti, Mãe.
Catita