quinta-feira, abril 09, 2009

Um chá


Talvez um chá pudesse ajudar ou mesmo a tua voz. Sentir que o vento tudo levou e que as pegadas do teu rosto desapareceram com o meu toque na terra. Real. Isto é real, não é pura imaginação do teu ser nem do meu. Não lembrar de quando foi o último gesto é lembrar de um olhar abatido e vazio. Mais vazio do que uma cadeira de pernas para o céu, mais vazio do que um jogo de xadrez sem rei, mais vazio do que um copo sem água. Poderia ter sede desta água ou esperar que gota a gota caísse no copo para eu poder bebê-la pelo raiar da nossa manhã de vida. E poderia esperar por este dia e desaparecer na tua eternidade que nada, nada do que pensámos seria diferente. O teu modo condicional impõe-se a mim e por mais que me queira afastar os pólos são opostos e sem dar conta, uno-me cada vez mais. Talvez um chá pudesse ajudar a revolver o magnetismo da nossa presença.
a tua voz não é quente.