sábado, dezembro 29, 2012

Cor-a-gem


Voltei a um dos meus medos: saltar ao trampolim.
Cor-a-gem.

1. Cor
Comecei num ritmo lento, pé ante pé. Consegui já o primeiro pedaço da palavra nesta corrida até ao salto. Ganhei-a por mérito, como sempre. Com o esforço das horas dadas ao que me parece ser a altura de as dar. Com os tempos que não foram os certos. Com as vidas que são renasceres de sonhos camuflados em nós.

2. A
O ar que preciso de respirar no voo inspirado que vejo mesmo à minha frente e que mesmo esticando todos os músculos ainda não o toco. Ainda vejo as minhas mãos vazias de pó. O puro ar vem depois. Arrepio. Dou o impulso. Fecho os olhos. Salto.

3. Gem
Subo até ao céu. Com os braços abertos, sou um pássaro do sonho. Vejo a gaiola cair e a partir-se em pedaços infinitesimais. Não os consigo contar, porque são desprezíveis. Percebo que estava presa ao nada. Ao nada que julgamos ser tanto antes de começar a corrida. Ao nada que parece mil tantos quando a razão dilacera tudo o que temos cá dentro.

4  a +oo. Subida exponencial
Amanhã continuarei o último estágio deste caminho. A subida exponencial. E quando for amanhã, tenho a certeza que serei o sentir. E não terei mais medo destes impulsos dos sonhos que se irão cumprir.
Para que não se falte cumprir o meu “Eu”, que tal como cor-a-gem tem a sua raiz no coração. E Coração significa dar cor à ação. Ou ainda tudo o que se fizer, que se faça num sentir aberto de coração.

Que os anos futuros sejam feitos de cor-a-gem, de saltos, de coração.

domingo, dezembro 23, 2012

Poupança Imaterial


Poupança. Palavra trivial nos dias que correm. Numa assunção clara de poupar algo material. Mas em tudo há antagonismo. E hoje o que se tem poupado é imaterial. Poupa-se o tempo. O tempo de viver em família, o tempo de descansar, o tempo de pensar. Poupam-se os sentimentos. O amor pelos outros e por si próprio, a amizade e as partilhas, a verdade pelo que se é, o humor dos dias negros e de cor. Poupam-se os sonhos. De mudar, de ser possível fazer diferente, de arriscar.

Poupa-se a coragem de gastar tudo o que se tem “amealhado” no nosso ativo. E com isto é-se passivo, nas ações e nos pensamentos. E com isso a balança de pagamentos de cada um está desequilibrada.

Pela volatilidade dos factos, o dia de amanhã pode ser tarde. E a compensação do que ficou a crédito com os outros e connosco próprios pode vir fora de horas.

É simples perceber esta falta que se vive. Os especialistas, as troikas tecnocratas não compreendem esta simples premissa de que é preciso mudar o conceito de poupança e passar tudo o que é material a secundário, numa mudança profunda de valores, consumos e educações.

Enquanto o imaterial continuar a ser mero devaneio psicológico, a salvação será mera utopia.

Por isso, há que começar já a gastar o que está guardado para que a salvação seja o fruto merecido. Começar por um Natal especial e com sentido, faz parte do início da corrida até à meta.

E eu vou ganhar. Com o que recebo e com o que dou a mim e ao mundo, nesta perspetiva imaterial da existência humana. 


P.S. Feliz Natal para quem me lê :) 

http://www.youtube.com/watch?v=ZoJz2SANTyo


sábado, outubro 27, 2012

Enquanto não há amanhã





                                                                                               À minha Amiga Margarida

… (suspiro)…

Porque há músicas assim, que nos fazem arrepiar, sentir tudo na ponta do coração ou no coração por inteiro e que nos ligam aos olhos e às lágrimas não de pena, mas de estou no caminho. O deus é universal e tem quatro letras tão simples, letras de escrita e letras escritas por génios com sensibilidades diferentes.

Porque o sentir em mim ou nós será as juras para sempre. Até lá é preciso mudar o egoísmo que nos parasita. Adjectivar-nos de outras coisas, é urgente. Sermos nós, nós na nossa essência, com o melhor e o pior. O nosso melhor fará bem ao pior de alguém e o melhor de alguém fará bem ao nosso pior.

O gesto da revolta, do que tem que acontecer, do aborrecimento da crise ou da falta realmente dela. Porque a crise é mudança e até hoje não houve a mudança que é bonança. Numa tal rua da alegria, que continua pintada a cinzento. Fazer o que ainda não foi feito. Agora.

O momento que será sempre uma gota de água de mansinho que transbordará num rio de liberdade. Um toque no céu, como se fosse tão palpável e perto. “Pode o céu ser tão longe”?. O céu é o futuro. E o futuro é tão risonho quanto a resposta inocente daquela criança que irá criar um mundo melhor para ti ou para nós.

As pontes que se mantêm vivas em partilhas como estas e em cumplicidades de confiança. A iluminação de uma vida e de ideias. As tantas luzes que trazemos em nós. As tantas luzes que apagamos. As tantas luzes que ainda estão por acender.

Tudo nos faz viver, numa maturidade que se instala por si só. E sabes, no fim, o que perdemos, vamos perceber que ganhámos. E o ganho terá um sabor infinito. Acreditamos e isso basta.

P.S. Porque esta será a esperança de uma estabilidade que virá sem data marcada: http://www.youtube.com/watch?v=LEVXxlVA6GY

sábado, setembro 15, 2012

Explicação


Há no mundo da matemática e da “Normalidade” uma curva gaussiana que ousadamente nos mostra a banalidade dos seres e a “anormalidade” de outros, daqueles que fogem ao padrão e são, por isso, um desvio do padrão.

Um desvio tão incompreendido. Um desvio que faz ser sensível e chorar pelos sinais que aparecem, mesmo subtilmente. Um desvio que é tão difícil de viver pela complexidade dos pensamentos, das razões que damos às coisas. Um desvio que se transforma num desafio e numa aceitação dos 95% normais.

Hoje, procuro entender como é possível haver uma potenciação de seres que tanto divergem e que, curiosamente, parecem não se intersectar na linha.
Sabe-se que uma linha é um conjunto infinito de pontos, que saltitam de um lado para o outro. Sabe-se que há saltos momentâneos do intervalo dos 95% para o de 5% e do de 5% para os de 95%.

O que hoje procuro descobrir é se há saltos destes abruptos para sempre. Numa aceitação plena da diferença clara de gostos, de sentidos, de sonhos, de desejos.
Acredito que há e que é possível a linha manter-se equilibrada, sem muitos zig-zags. Mas para isso é preciso que a soma seja a unidade: 0,95 +0,05. Se não se conseguir a soma, não vale a pena prolongar a estadia no intervalo que não nos pertence.

Há que voltar à raiz e procurar a explicação do 5% ser tanto e ser capaz de criar cumplicidades especiais, embora possa doer num final.

No intervalo da “anormalidade” tudo é mais trágico, tudo é mais feliz, tudo é mais tudo. Porque aqui, o mais, é uma curva crescente do que somos. E neste intervalo, crescemos sempre para mais infinito e procuramos sempre quem o potencie mais e mais.

Acabo de te explicar.

segunda-feira, setembro 03, 2012

São as horas que nos separam


(Imagine-se o tempo em desagregação)


São as horas que nos separam. Numa desculpa ridícula de que o tempo é causador de insónias. Agora é hora de eu ir dormir como as crianças pequenas. Agora é hora de tu acordares como as pessoas grandes. Qual é a diferença destes tempos? Um lê a história para outro adormecer. Não há uma simbiose quase perfeita? Um desejo de se adormecer com vontade de sonhar com finais felizes? 

Aquela rua inspira-me, com o Sol a bater-me na cara. Sei que é tarde e sei que são as horas que nos separam. Como se houvesse um fuso horário nos nossos relógios. Como se aquela rua só existisse para mim e para os meus passos e para os meus pensamentos. Quantos textos já escrevi nela a voar? Em quantas pessoas já vi histórias que podia inventar?

Vou a correr sempre e vejo-te a ti bem devagar, sem a pressa de outros tempos. Aquela rua também tua todas as manhãs num trajecto que não sei. Apenas vejo a dificuldade e a persistência da tua história. Ainda é tempo de viver, dizes-me tu em silêncio, pelo teu olhar fixado nos chinelos enormes e nas mãos disformes. 

Que ninguém se ria de ti e do que és. Evaporas-te também numa rua só tua e imagino-te a voar. Já não te vejo mais e sei que são as horas que nos separam, numa distância que o tempo, que antítese, há-de resolver. 

Hoje são apenas umas horas, amanhã uns dias. E quando forem os anos, aquela rua já não existirá.

P.S. A música que deambula com os meus passos... http://www.youtube.com/watch?v=F8XzQRhvGjQ

terça-feira, agosto 21, 2012

Sombras II


(Foto de minha autoria)

Uma nova teoria da psicologia. As sombras. As sombras que trazemos e que não vemos. As sombras que os outros veem e que não nos dizem que temos. Por medo ou por acharem tão trivial. As sombras que dormem bem debaixo da nossa almofada e que entram nos sonhos de olhos fechados. As sombras que ignoramos e que nos fazem chorar, por sermos, realmente, partes escondidas dentro de nós.

As sombras que não cuido por ter a certeza incerta de que não fazem parte de mim. Enquanto vagueio nos meus pensamentos, nesta noite que me inquieta a alma, imagino-as a seguirem-me sorrateiramente e a esconderem-se sempre que olho para trás para confirmar a mentira de que elas não existem.

E, por isso, finjo que não as conheço, numa dissimulação emocional tão fácil. Sou sempre animosa quando sonho que é tudo perfeito.

Espero que, um dia, elas se apresentem através de algo ou alguém e que eu goste de privar com elas. Nada mais haverá a ignorar quando (quase) completar o conhecimento do que sou.

P.S. "Ser Capitã desse mundo/Poder rodar sem fronteiras/Viver um ano em segundos"... https://www.youtube.com/watch?v=exFdcUSfuqY&feature=related

quinta-feira, julho 12, 2012

Invisibilidade do tempo


O tempo tem as voltas certas no relógio invisível que me acompanha. Este ano as voltas foram muitas e os segundos de vida foram horas de silêncio. Estive na margem de rios e à margem do meu próprio rio. Estive sentada, como espectadora. O barco estava sozinho e seguia de modo imprevisível. Não tinha vontade de remar nem de ir com a corrente. O sentido contrário sempre me aliciou mais. Por mal, verdade seja dita. Pensava numa estratégia, mas não conseguia. A certeza de ter que voltar ao barco, bloqueava-me a luz da lógica natural do meu raciocínio. Os “como queria demonstrar” esqueceram-se de mim, e os planos que detalhei voaram. Tentei apanhá-los, em vão. Mantive-me quieta, e vi sonhos a serem arrancados com uma pedra. Com uma pedra que seca a água de rios. Como se os absorvesse todos dentro dela. Uma pedra de dor. Uma pedra feita de um buraco negro. Que aglutina a luz.

Foi à margem que vos acenei para sempre. Parti para um outro rumo, sem a certeza dos meus sonhos, das minhas vontades. Parti, porque era hora e estava a ficar noite. Não vou com a corrente, mas também não vou contra ela. Percebi que é possível navegar por entre as duas e chegar no tempo certo ao propósito.

E o relógio continua. Agora, as horas de vida são horas de crescer.

P.S. The Sun, The trees :) http://www.youtube.com/watch?v=6oTJmiQ1eRE

sexta-feira, junho 08, 2012

O dia não é agora


O dia não é agora. Perdeu-se a decisão no ar. Paralelas desenham-se com dedos a volutear num lenço branco. Os olhos fechados, à procura de algo pequeno perdido. O que se esconde numas costas voltadas não pertence à verdade. Não há olhares se eu não os olhar frente-a-frente. Mesmo que amiúde eu não saiba ler as mentiras. Se interpretar fosse a escrever seria mais fácil para mim.

A par de tudo isto.

O dia não é agora. Não há ar para o balão voar. A física evaporou-se e tudo está asfixiado. A água tem o que é preciso, o oxigénio e as palavras. Maresia traz de volta a vida. Perfumes de sonhos e ritmo. Molha-me os pés, faz-me cócegas. Dá luz ao cérebro e a todos os sentidos. Que magnificência respirar cada fruto das árvores que renascem num amanhecer de hoje.

A par de tudo isto fica um pedido.
Um número do avesso da minha alma, que possa ser o símbolo do sempre. 


P.S. Esta traz de novo ar e vêem-se muitos balões no céu: http://www.youtube.com/watch?v=dROJvBiHrnU

segunda-feira, maio 21, 2012

Sombra lado-a-lado

Quando duas sonhadoras se juntam, o resultado é inesperado e um sorriso certamente.
Eis um poema, a duas, de um sonho que tarda num por-do-sol que ainda não se ouviu.




Sabes que aqui estou.
Em bicos dos pés para que não oiças.
Sussurra aquilo que não quero ouvir.
E não me vejas.
Não queiras ser o que não és.
Sê a descoberta dos sentidos dos meus pés, dos silêncios das minhas palavras.
Fica forte, forte e inteiro, sê em mais além.
E vê a minha sombra que sempre te acompanha.
Num pasodoble a um dramatizado.
Num tango a uma valsa.
Em movimentos rotatórios do sol que me cria, a mim, sombra de mim.
Para no fim, no Sol-por, cairmos de braços abraçados, com a certeza que sempre nos vimos. 


Catarina & Ângela


P.S. A música de fundo é a história do Homem: http://www.youtube.com/watch?v=7Qqtqj1odfw

sábado, maio 05, 2012

O que chegámos a ser


Mãe, tenho saudades do que não fomos. Das conversas que não tivemos, das palavras que não dissemos, das brincadeiras que não fizemos, das gargalhadas que não demos.
Mãe, tenho saudades do que não foste. Das histórias que não me contaste, dos medos que me detiveste, das flores que não me deste.
Mãe, tenho saudades do que não fui. Dos sonhos que não te mostrei, dos beijinhos que não te dei.
Agora, queria zangar-me contigo e perguntar-te por que é que somos assim. Agora queria dizer isto tudo com os olhos de lágrimas e com um sorriso de bem-te-querer. Não me posso esquecer que a nossa ligação é umbilical e por mais voltas que dermos vamos gostar sempre uma da outra. As saudades serão sempre grandes, mas lembrar-te e tu lembrares-me será saudade do que chegámos a ser.
Um amor como este é para sempre. E sabes? O sempre é muito tempo. Eternidade.
Para ti, Mãe.
Catita

domingo, abril 22, 2012

O mundo inteiro


Sem imagem, porque  o mundo não é a 2D.

Tenho presente ser. No voo tranquilo de um sonho, a saber sentir o vento da nossa terra e a escutar o silêncio do nosso âmago. Um toque de mansinho, de aconchego na chuva que cai num Inverno passado que se faz presente. A liberdade do futuro que se toca infimamente nas cordas de uma guitarra oca. Nada será mais meu até chegar ao alto do mundo. Não vou com pressa e não leio jornais para mapear a viagem. Vou por mim, pelos meus instintos, pelo que dou sem pedir nada em troca, pelas pessoas que me dão o que não peço ou que peço no meu silêncio. Vou devagar a cantarolar e a escrever. A escrever muito mentalmente e sem a coragem ainda de transpor tudo para que leiam quem sou eu afinal. Ou simplesmente como queria que tudo fosse. Levo cores na algibeira para lançar lá do alto quando chegar. Ainda não sei se demoro. Não me quero preocupar com isso. De Nada valem mãos entrelaçadas quando o eco da vida não repercute som algum. Não nos cansemos. Serei Ricardiana, de certeza. Serei também Florbela e Eugénio e Sophia e Neruda. E serei também uma espera resiliente. Alguém me receberá quando eu acabar o caminho. Não estarei cansada e serei capaz de voar e ver o mundo inteiro. Sim, o mundo inteiro. E aí serei o que sempre quis ser.

P.S. "Happiness is only real when shared"... http://www.youtube.com/watch?v=32Js2Ef5Ojg

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Borboleta invisível


Via-te pousar com leveza no fundo daquela rua com cheiro a mar. O vento era frio e eu começava a gostar de saber que todos os dias iria olhar para o semblante azul que morre na areia da vida. Havia poucas gentes naquela foz. E estava Sol. Um Sol de Inverno, saboroso, o que mais gosto de sentir e tactear. Continuava a perseguir-te com o olhar. E via o rumo que levavas. Era-te tudo favorável e as nuvens longe apareciam. Não estavam muito carregadas e quando chegassem, depressa azulariam. Era nisto que acreditava e, eu sei, que sonhava.

Inesperadamente, Deus quis que aquela borboleta branca desaparecesse do meu olhar. Não me distraí com nada: absorvia tudo em igual proporção; simplesmente, ela parece se ter tornado invisível. Procurei-a enquanto caminhava a ouvir os passos do mar. Perguntei a quem por mim se cruzava se a tinham visto e ninguém a conhecia. Só eu e aqueles que em mim acreditavam.

Com a inocência dos dias, comecei a ponderar a existência da transparência também nas borboletas. Elas tornam-se invisíveis quando percebem que alguém as quer muito admirar. Se essa vontade perdurar, ela acaba por aparecer de novo e perde a sua capacidade de se metamorfosear. Se tal acontecer, ela permanecerá para sempre junto de quem a quer com as suas asas brancas a bater palmas e a sua voz a parafrasear não desistas.

Ainda não a voltei a ver. Mas oiço o bater das suas asas e a sua voz. Por agora também me encontro invisível.

P.S. Lord... Hold my hand...

http://www.youtube.com/watch?v=MwyH_N1YVNo&feature=related

sábado, janeiro 21, 2012

Sem fim

Não sei que mãos são estas. Que ainda procuram um sonho no entardecer. A queima da luz dilacera-se cá dentro, num sempre que ainda não sei. Sei que está escuro e não é só lá fora neste céu sem Lua. Sei que ainda vagueio em significados que agora me parecem perdidos e sem qualquer nexo neste raciocínio natural. Já não sei o que houve, quem houve, como houve, se houve. Perdi-me nas minhas próprias teias naif, nos meus próprios acessos ao mundo que idealizo. Perdi-me para quem sabe me encontrar. Para saber o que quero, quem quero, como quero, se quero.

Talvez apenas queira que as minha mãos sejam um museu próprio capazes de pintar auto-retratos. Não há beleza maior do que saber conhecer-se e gostar de se pintar. Talvez apenas queira ficar a contemplar o que em mim me abraça neste silêncio eterno e sem fim. O infinito sempre me encantou.

P.S. *Hoje, neste hoje, “we will be happy” :)

* We are god of stories... http://www.youtube.com/watch?v=jZhQOvvV45w

sábado, janeiro 14, 2012

The Lady

Não quero ser uma cópia tua, mas quero ser igual a ti na minha autenticidade. Quero ser resiliente como tu. Quero saber procurar a minha liberdade na opressão. Quero saber ler os eméritos e aprender com eles uma nova linguagem. Quero ser poucas palavras, mas quero ser palavras que perdurem. Quero ser o teu silêncio e a música do teu piano na ignorância de tantos. Quero não ter medo de atravessar espingardas apontadas à minha razão. Quero ter a tua fé no ser humano. Quero ser igual a ti a amar o que me é dado, os que fazem parte de mim e aqueles que acreditam igualmente neste Amor. Quero ser as tuas lágrimas de saudade. Quero ser os teus sorrisos de bem. Quero ser um abraço apertado de distância com desejos que o fim comum será alcançado. Quero saber estar presente, sem o estar. Quero ter flores no meu cabelo e deixar que o seu perfume evada até aos céus. Quero ser a tua simplicidade na complexidade dos que não a compreendem. Quero ser o teu sonho de um mundo de paz.

Tu, uma "orquídea de aço" e eu, un coquelicot Rouge.

P.S. *E, tu, que flor queres ser?

*Porque a música que entoava era a sua liberdade...http://www.youtube.com/watch?v=NgQUBecM7OM&feature=youtu.be