sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Comme un coquelicot


"Comme un coquelicot/Como uma papoila
Rouge-rouge/Vermelha-Vermelha
Rougit de vie/Avermelhada de vida
Et bouge/E mexe
Comme si... tu le savais/Como se... Soubesses
La vie n'a pas de mais"/A vida não tem obstáculos.


Uma prenda que recebi muito bonita de alguém há muito tempo. Uma prenda que me acompanha e que me encanta cada vez que leio o pedacinho de papel. Encanta-me pela subtileza na minha descrição.

......

Até para nascer é preciso ter sorte. Por isso, fico feliz por ter nascido na minha família e por ter conhecido pessoas espectaculares. Sem elas, certamente, que não poderia ser "un coquelicot". Obrigada, Luas =)

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Descalça


Saltito de nuvem em nuvem, descalça, com os pés molhados de luz. Saltito como uma criança: sem olhar para trás. Saltito mais e mais ao sabor do algodão das nuvens. Sinto que me elevo e não me sinto. Só sinto que voo em projecção lenta e demorada. E enquanto pairo, não penso; o meu conteúdo lógico perde-se no vazio do céu e eu simplesmente saboreio a sensação. Recebo-a com as mãos e saltito de nuvem em nuvem, descalça, com os pés molhados de luz.


Por vezes, é necessário descalçar parte do que somos para sermos capazes de receber sensações, nunca antes, percepcionáveis.

domingo, fevereiro 17, 2008

Há noites...


noites. Há noites em que pensamos que as nossas lágrimas sabem a fel como nós. Há noites em que percebemos que somos incapazes de sentir um Sol num oceano. Há noites em que o sonho não desperta. Há noites. Há noites assim.


P.S. Ainda bem que nem todas as noites assim são...



terça-feira, fevereiro 12, 2008

Ver que nunca percebo


Não ter forma para ser, mas ser.
Ser um pássaro que canta
Canta uma melodia que me faz fechar os olhos

Fechar os olhos para descansar, não eternamente,
Descansar o suficiente para poder ouvir o canto mais uma vez e ter vontade de fechar o olhar.
Este olhar que me acompanha

Acompanha em todos os pedaços de tempo
Como as minhas companheiras de guerra.
Esta guerra que se acalma mais e mais,

Apazigua-se à tua passagem.
A tua passagem que cruza a minha quando eu ainda,

Ainda,

Não fechei os olhos.

Estão abertos
Abertos a tudo e à tua passagem,

Porque preciso de ver
Ver que nunca percebo.

Tenho dito.

domingo, fevereiro 03, 2008

Máscara com sorrisos e malmequeres


Sinto-a como se navegasse por mim dentro, como se percorresse todos os meus neurónios numa sinapse demorada. Percorre-me sem me pedir licença, aparece-me sem me dar escolha e perturba-me sem me perguntar se incomoda. E incomoda mais que muito. Incomoda ainda um tanto quando pára. Ela pára. Pára cá dentro, bem ao centro, quase no meu ponto de equilíbrio; no meu peito.
Dói-me esta dor escura, este vazio que existe em ti e que sabe a amargura. Dói-me tudo aquilo que fica encurralado nos meus pensamentos. Fica tudo preso, tudo cá dentro, sem liberdade no labirinto infinito que é este espelho. Nada sai, porque há um medo. O medo de magoar quando sair em palavras escuras. Dói-me.
Pormenores, apenas pormenores. Pormenores que sempre podem ser despistados com uma máscara. Uma máscara com sorrisos e malmequeres.

P.S. Não há qualquer tipo de explicação, há coisas inexplicáveis e inegáveis.