domingo, julho 13, 2008

Luz pouca



Perdida no silêncio amargo daquela noite, era capaz de te olhar e ver que não estavas bem. Não podia falar. Não podia sorrir. Não podia acenar. Apenas olhar. E olhava-te, como a Esfinge no deserto cheia de sede, e sentia que continuavas escuro. Toda a luz que tinhas conseguido tinha mudado de cor dentro de ti: cinzento e agora negro.
Estás preso, com correntes mortas, a ti mesmo e não te queres libertar. O que tens faz-te mal. O dever devia ser iluminar e não cobrir a luz com cabelos mentirosos e mãos bloqueadas.

Gostava de poder, outra vez, falar-te e dizer-te tanto, mas não posso. Promessa a mim mesma? Melhor: forma de eu não ficar sem brilho e esperança como tu.

Para ti, o desejo de te soltares da clausura em que vives por quereres e amares.


P.S. O blog fez 2 anos :) Eu mudei muito, mas vontade pela qual ele nasceu continua inalterável...