sábado, outubro 17, 2009

Frio


Frio. E os teus abraços distantes de calor. Mel de dias de sol e manhãs frescas do teu olhar.

Frio outra vez. Cobertor castanho de pelo macio para adormecer.

Limpar da memória todo aquele tempo de sonho e viver o que foi escolhido, o que foi imposto sem eu saber bem por quem.

Perfume de primavera e folhas de Outono. Folhas amarelecidas iguais ao esquecimento e à ausência.

Cascata de água gelada e simples toque de aproximação. Que mais será um princípio?

Ser um rio ou uma nuvem ainda é a minha dúvida. Ontem fui um rio, ontem fui uma nuvem a quer chorar.

Hoje sou uma perla a bailar num mar, uma metamorfose a eclodir no céu.

Pés de cristal não partem e vozes de encenação não se ouvem.

Continuarei calada sem escutar qualquer murmúrio de tuas palavras até, quem sabe…, o nosso juízo final.