sábado, junho 20, 2015

Casas, viagens, eternidades

Procurei-te no acaso.
Numa fila de trânsito. Num passeio de rua. Num lugar de comboio. Num museu estrangeiro. Num ar livre alto.

Procurei-te a voar.
Sem ter os pés na terra. Sem me ter a mim terrena e filha do mundo.

Voltei das viagens com o vazio ainda a fazer-me cócegas. Mas, voltei sempre mais certa de quem sonho. Mais certa de quem quero. Mais certa de quem sou. Voltei com um passaporte aberto, como uma herança que tenho que partilhar.

Voltei para ser parte do mundo, da minha história, da tua história. Ainda que com asas, vou com os pés a trilhar caminho sério. E gosto desta mistura de mundos. Do meu fantasiado, romântico, especial e do teu mais real.

Precisava de aprender a sentir o chão. O chão sempre. O chão com dores e eu voava, voava até não ter mais chão.

É este o meu exercício de agora. Deixar de idealizar acasos e simplesmente sentir o que escolhi, o que fiz por merecer, o que não desisti. Sentir e deixar que sintam que há tanto para viver e para partilhar.


Os dias começam a contar. E eu mesmo descalça no chão, acredito na eternidade dos momentos, das partilhas, da vida que está para vir. Sinto que tu também acreditas.

P.S. Home is wherever I'm with you... https://www.youtube.com/watch?v=oUknlSWNbEI