sábado, agosto 23, 2014

Que beleza há numa poesia que fala por si?

Que beleza há numa poesia que fala por si?
Num si de uma escala harmónica.
Num dó que dói por ti.

Não há métrica que seja ouvida.
No semblante que vejo longe.
Houve um dia que sonhei ser prosa em poesia lida.

E o sonho ficou em vão.
No meio da nostalgia.
Não me peças para dar o pão,
Quando és semente todo o dia.

E vou ficando calada
Para os que não querem sentir.
E vou ficando mais longe,
Do fim que minto para mim.

P.S. Este poema teve como inspiração o filme "O Clube dos Poetas Mortos". https://www.youtube.com/watch?v=ovyfbirtPLs&noredirect=1

segunda-feira, agosto 04, 2014

As estrelas

Não sei de quem é a culpa. Gosto mesmo de imaginar que seja das estrelas. Que iluminam histórias que querem. As que não querem mudam de cor ou fundem a lâmpada.

As que dormem por cima de mim ainda não perderam o brilho. A miopia que tende a crescer faz-me vê-las desfocadas. Ficam maiores e parecem aquelas fotos com luzes às bolas.

Gosto de imaginar que estas estrelas, que escolhi como minhas, saibam que têm mais para me mostrar. Mesmo que eu continue a acreditar no meu mundo, mesmo que me digam que não é bom ser assim. Pouco me importa.

Não me peçam para ser das massas. Iria odiar estrelas que brilham para todos. Iria odiar ser reconhecida por milhares. Só quero as que são minhas. E talvez alguma que seja tua. Para já.

São estas estrelas que me vão levar ao privilégio. De amar. Privilegiar e ser privilegiado. Inventar uma palavra que seja sempre e repeti-la as vezes suficientes para ser tão sentida.

Não faz sentido não sentir.


Elas lá sabem o que querem ver brilhar. As estrelas.