sexta-feira, abril 09, 2010

sozinho


Andou à chuva e quando chegou tomou um banho bem quente. Era para aquecer a sua alma que andava tão fria. Dos seus olhos saiam pequenas gotas que se confundiam com as que lhe corriam do banho. Estava com a garganta a rebentar em gritos fechados. As pernas ficavam cada vez mais relaxadas e as mãos estavam quietas e tinham medo. Medo de não serem capazes de tactear a felicidade do rosto outrora bem viva. Os pensamentos com a água a correr ficavam aos poucos adormecidos e isso fazia-lhe bem. Precisava deles a dormir para poder descansar e não pensar em nada, como se sempre fosse possível.

Descansou, descansou até o corpo lhe pedir Volta! Anda!. E ele ouviu o apelo. E Voltou. A primeira razão a voltar era por si, por ser uma pessoa e por estar a querer sair do lugar onde estava. E Andou. até outro espaço que queria e que se sentia bem. A segunda razão era mais do que o seu patamar individual, era o que lhe dizia fazer tanta falta.

E com isto, estava a recuperar do encadeamento das luzes do que passou... e ainda bem.


P.S. Sem altos e baixos uma montanha não seria uma montanha e uma vida não seria mais do que um conjunto amorfo de nadas.