O dia não é agora. Perdeu-se a decisão no ar. Paralelas
desenham-se com dedos a volutear num lenço branco. Os olhos fechados, à procura
de algo pequeno perdido. O que se esconde numas costas voltadas não pertence à
verdade. Não há olhares se eu não os olhar frente-a-frente. Mesmo que amiúde eu
não saiba ler as mentiras. Se interpretar fosse a escrever seria mais fácil
para mim.
A par de tudo isto.
O dia não é agora. Não há ar para o balão voar. A física evaporou-se
e tudo está asfixiado. A água tem o que é preciso, o oxigénio e as palavras. Maresia
traz de volta a vida. Perfumes de sonhos e ritmo. Molha-me os pés, faz-me
cócegas. Dá luz ao cérebro e a todos os sentidos. Que magnificência respirar
cada fruto das árvores que renascem num amanhecer de hoje.
A par de tudo isto fica um pedido.
Um número do avesso da minha alma, que possa ser o símbolo
do sempre.
P.S. Esta traz de novo ar e vêem-se muitos balões no céu: http://www.youtube.com/watch?v=dROJvBiHrnU