Ele és tu.
Com o olhar misterioso. Com os pensamentos a mil. Com a
barba por fazer. Com a chuva miudinha a molhar a roupa. Com a vontade de ir.
Ele és tu.
Mesmo que não mo tenhas dito. Mesmo que tenha sido em vão a
fotografia do teu rosto. Mesmo que tenhas esquecido o sítio para onde olhavas.
Com uma certeza meio incerta.
Ele és tu.
E eu ali, aqui, analista de números e de fotografias.
Técnica das luzes, dos espaços, dos tempos. Intérprete de perguntas (que esta
imagem me faz, que quero fazer).
Que cores antigas queres tu que te descubram em ti? Quais os
lugares que te fizeram felizes? Quais os lugares que te prostraram o rosto na
terra? Lugares humanos, sentidos, inanimados? Que tempos houve em que te
deixaste ficar na simples magia de parar tempos?
Isto é ir mais. É ir aos teus heróis. É ir ao que és tu.
A tua mochila vai meio cheia, meio vazia. De tudo. De nada.
Um bolso eu já abri. Nos outros estão mais perguntas, estão
mais respostas à espera de serem perdidas e encontradas.
Ele és tu. Assim.