Tenho andado uns minutos antes do tempo acontecer.
As janelas sempre fechadas, para este “aqui” poder ser um
sítio onde o tempo não aconteça. Onde haja a ausência dele, a vontade de ser
silêncio e só (com pensamentos).
O mesmo acontece quando se olha vazio. Quando por momentos
se perde a noção do quando, mas se ganha a noção do espaço. Tento entender este
novo espaço. Despido de passado.
Tenho-me esquecido tanto dele, porque não há tempo nem
espaço para que renasça em mim ou se lembre que ando por aí.
Revestido de paredes brancas de futuro.
Tenho-me lembrado tanto dele, porque há o espaço e o tempo
são de futuro. Porque o que se faz é na “fé” de uns dias melhores, com a
primazia do valor humano e intelectual reconhecido. Pelo que baste.
Com mais ou menos barulho vou conseguindo adormecer com
sobressaltos do que vem por aí, do que me espera. É aquele medo próprio intrínseco
à condição tempo.
Quando não há tempo, não há medo. E eu tenho andado uns
minutos antes do tempo acontecer.
P.S. Não há mais palavras. https://www.youtube.com/watch?v=4PJ-dgnK-Ok