A porta era pequenina. Era preciso baixar a cabeça e
empurrar a porta com alguma persistência. Estava aberta, mesmo parecendo que
tinhas as trancas. A curiosidade era alguma. Abrir uma porta desconhecida, sem
antes pedir permissão. Um pouco de ousadia e uma capa de valentia. Afinal, que
mundo era aquele que se esperava encontrar?
Não havia expectativas. Simplesmente, a porta tinha algo que
fazia querer entrar. Sem muitos pormenores de explicação.
Em primeiro silêncio e olhos fechados. A luz a tocar na cara
e a fazer corar. Os olhos a abrir. O lugar não tinha espaço nem tempo. Era o
lugar. O lugar que se procurava. O lugar que tinha ficado esquecido na memória.
E ali não havia nada. A não ser um encontro. De silêncio e de palavras.
Era o lugar pequenino, o meu lugarzinho.
Volta e meia gosto de voltar a abrir a porta.