quarta-feira, janeiro 12, 2011

Numa folha branca


É a partir daqui que escrevo. Tantas palavras. E olho. Tão dentro.

Não ando em compasso de espera, espero-me apenas a mim. Conduzo-me por esta casa silenciosamente e vou à procura de histórias. Há muitos livros nesta casa. Mas não encontro o que me pertence. Talvez as histórias tenham fugido dos livros com medo de serem encontradas e lidas e sofridas e amadas. Há algo que me atrai mais longe, pequenas notas musicais desenhadas em partituras minimalistas. Estão a lápis. Adivinho um rascunho. Continuo a observar e atrás de mim está um piano e uma guitarra. Interrompo o silêncio com um breve verbo e há acústica. Faltam as vozes.

É a partir daqui que escrevo. Destas folhas brancas que encontrei neste chão. Umas estão brancas, outras escritas por mim, outras brancas e escritas por alguém. Há histórias nestas folhas e ainda que eu não as veja, sei que cá estão.

Numa folha branca há sempre mais do que se imagina. Talvez as vozes ajudem, talvez…

2 comentários:

Anónimo disse...

As folhas brancas são as que mais escondem. É naquelas em que não conseguimos imprimir qualquer frase que mais dizemos. É naquelas que ficam sem qualquer linha que mais nos expressamos.
É nas folhas em que não somos capazes de escrever, que mais sentimos.

(JT)

Longe do Mundo... disse...

Talvez o silencio te ajude a encontrar as tuas respostas. Talvez...