Não sei que mãos são estas. Que ainda procuram um sonho no entardecer. A queima da luz dilacera-se cá dentro, num sempre que ainda não sei. Sei que está escuro e não é só lá fora neste céu sem Lua. Sei que ainda vagueio em significados que agora me parecem perdidos e sem qualquer nexo neste raciocínio natural. Já não sei o que houve, quem houve, como houve, se houve. Perdi-me nas minhas próprias teias naif, nos meus próprios acessos ao mundo que idealizo. Perdi-me para quem sabe me encontrar. Para saber o que quero, quem quero, como quero, se quero.
Talvez apenas queira que as minha mãos sejam um museu próprio capazes de pintar auto-retratos. Não há beleza maior do que saber conhecer-se e gostar de se pintar. Talvez apenas queira ficar a contemplar o que em mim me abraça neste silêncio eterno e sem fim. O infinito sempre me encantou.
* We are god of stories... http://www.youtube.com/watch?v=jZhQOvvV45w