Há uns pedaços de tempo pediram-lhe para desenhar o amor.
Pensou e sentiu tudo ou não sentiu nada. Deixou a folha em branco. Eu não
entendi na altura. Para mim foi uma dinâmica fácil. Hoje, depois de já ter ontens,
compreendo tão bem o significado. Aquele que é dado a um dos ângulos do amor.
Dá-se a mão a quem nos faz bem.
O amor anda de mão dada com o ser feliz. São seres
diferentes, mas complementam-se e, ao mesmo tempo, abarcam-se um ao outro. Em
linguagem matemática, o amor pertence ao ser feliz e o ser feliz pertence ao
amor. O “e” assume o sinal mais.
Nestes conjuntos o espaço que os rodeia além da fronteira é lato.
Nele podem haver imensas constelações. O amor e o ser feliz vagueiam de mãos
largadas na liberdade que os caracteriza. Andam por lá a captar corações. São
verdadeiros estrategas e cansam-se quando não há objetividade.
Ouvem muitas vezes que se isto ou aquilo acontecer é que se
vai ser feliz. O ser feliz não gosta que se pense assim no futuro, sem que se
perceba o que há hoje, o que há hoje que nos faz felizes. O amor não gosta que
falem isso, porque ainda não sabe lidar com o amanhã. Apenas gosta de pela
manhã abrir os olhos devagarinho e sentir que está Sol, que o coração permanece
tão grande.
Quando há quem esteja nesta sintonia do agora, as mãos são
dadas a três. De cada um dos lados vai o amor e o ser feliz. No meio, a
simplicidade de uma folha branca com a dimensão infinita de ser preenchida à
medida, à forma de cada um.
Tudo o que é branco tem espaço para ser feliz.
P.S. O que te faz feliz? https://www.youtube.com/watch?v=oqq0bCNVGxc