No alto. No sol primaveril. Deixei-me voar daquela escarpa. Ganhei
asas no horizonte e mergulhei fundo. Deixei de respirar todo aquele tempo. Tinha
o ar todo à minha volta.
Estive perto do céu. E não consegui entendê-Lo. Mesmo cantando,
mesmo rezando. Céus cinzentos não são amor.
Voltei à terra. Aterrei no teu abraço e soletrei palavras de
eterno. Foi a tua vez de voar. Fiquei a ver-te. Com formas distintas de levitar,
soube que estavas em paz.
Estiveste perto do céu. E conseguiste entendê-Lo. Tentaste
explicar-me. Em vão. Tudo o que não é sentido, não é inteligível. Para mim.
Da inquietude dos dias às manhãs de domingo a preguiçar.
Da dicotomia entre o céu e a terra.
Se hoje sou mar, amanhã sou areia.
P.S. I see the path now clearly to you: https://www.youtube.com/watch?v=yaNOqkDVxF8