segunda-feira, maio 02, 2016

Dicotomia

No alto. No sol primaveril. Deixei-me voar daquela escarpa. Ganhei asas no horizonte e mergulhei fundo. Deixei de respirar todo aquele tempo. Tinha o ar todo à minha volta.

Estive perto do céu. E não consegui entendê-Lo. Mesmo cantando, mesmo rezando. Céus cinzentos não são amor.

Voltei à terra. Aterrei no teu abraço e soletrei palavras de eterno. Foi a tua vez de voar. Fiquei a ver-te. Com formas distintas de levitar, soube que estavas em paz.

Estiveste perto do céu. E conseguiste entendê-Lo. Tentaste explicar-me. Em vão. Tudo o que não é sentido, não é inteligível. Para mim.

Da inquietude dos dias às manhãs de domingo a preguiçar.

Da dicotomia entre o céu e a terra.


Se hoje sou mar, amanhã sou areia.

P.S. I see the path now clearly to you: https://www.youtube.com/watch?v=yaNOqkDVxF8

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