
Sentou-se no baloiço a saborear aquele momento lunar. Cada vez que olhava para a lua via uma pessoa. (Criação da imaginação?). Ao princípio apareceram criaturas desconhecidas. Achou piada. (Talvez fossem as pessoas que iria conhecer num futuro mais ou menos próximo!). Continuou o baloiçar. De não conhecido passou a ver o sabido. Viu a professora primária que lhe trouxe memórias perdidas no tempo. Despertou-lhe um desejo enorme de voltar à infância. Baloiçava-se, ainda que inconscientemente, com o intuito de alcançar o céu. E num destes momentos "vai e vem" viu aqueles amigos esquecidos, mas tão presentes, que deixaram marcas. Lembrou-se de palavras ditas, de abraços sentidos, de angústias ultrapassadas, de prendas mais que simbólicas. E agora ali, sentada, no vazio da noite à espera de uma estrela cadente para pedir um desejo.
Mais noites assim se repetiram, houve muitos desejos pedidos e muito poucos realizados. Provavelmente não teve força para baloiçar até ao céu. Temos pena.