terça-feira, dezembro 13, 2011

Ser por si só


Adormecer num silêncio tranquilo e deixar-me estar. Acordar com pássaros a bailar na minha janela e saber, saber por si só, que o que está lá fora é apenas o meu presente. O único presente que sou audaz de conjugar.

Um agora com reminiscências de pretéritos perfeitos e imperfeitos. Um presente que me mostra que não importa uma conjugação plural se apenas é dita no singular. Um hoje que transforma pormenores na sua percepção e na desconstrução do que eles são. Um já de acasos com duas probabilidades simples do sucesso ou do insucesso. Um imediatamente de guardar tudo outra vez em mim e perder a chave. Um depressa com a aceitação da mudança para um outro alguém como que uma desculpa à solidão.

Um tempo que tende para infinito e que se confunde com o futuro. Um futuro que é este agora, este presente, este hoje, este já, este imediatamente, este depressa. Um futuro com mais conjugações de felicidades. É o que desejo à conjugação de ser.

Por isso, ensina-me, pequena ave da manhã, a ser.


P.S. Hoje fica esta: http://www.youtube.com/watch?v=K1sZpmBnJuw :)

2 comentários:

Longe do Mundo... disse...

Acredito agora que temos de ser por nós mesmos, mas sei que passei demasiado tempo a sê-lo pelos outros.
A viver em constante sobressalto somente pelo receio de perder quem já não me pertence.
Esta é a minha resposta a minha própria questão.

Ângela Peça disse...

O que te desejo é que sejas em todas as conjugações verbais do verbo ser: seja passado, presente ou futuro, sem perfeitos ou imperfeitos pretéritos que os prefixam, mas com singulares e plurais que os perfazem...:)