segunda-feira, agosto 04, 2014

As estrelas

Não sei de quem é a culpa. Gosto mesmo de imaginar que seja das estrelas. Que iluminam histórias que querem. As que não querem mudam de cor ou fundem a lâmpada.

As que dormem por cima de mim ainda não perderam o brilho. A miopia que tende a crescer faz-me vê-las desfocadas. Ficam maiores e parecem aquelas fotos com luzes às bolas.

Gosto de imaginar que estas estrelas, que escolhi como minhas, saibam que têm mais para me mostrar. Mesmo que eu continue a acreditar no meu mundo, mesmo que me digam que não é bom ser assim. Pouco me importa.

Não me peçam para ser das massas. Iria odiar estrelas que brilham para todos. Iria odiar ser reconhecida por milhares. Só quero as que são minhas. E talvez alguma que seja tua. Para já.

São estas estrelas que me vão levar ao privilégio. De amar. Privilegiar e ser privilegiado. Inventar uma palavra que seja sempre e repeti-la as vezes suficientes para ser tão sentida.

Não faz sentido não sentir.


Elas lá sabem o que querem ver brilhar. As estrelas.

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