Hoje apetece-me gritar-te. Ao ouvido. Em sussurro, mas de
forma a estremecer-te e a ser ouvida em todas as tuas células, em todo o teu
corpo.
Um grito de alma. E de sorriso. Um grito que aproxima as
distâncias. Como se aí longe ouvisses a minha voz a chamar-te. Todas as noites.
A querer tanto que adormecesses esta voz calada com o fim das histórias de embalar.
Enquanto o grito ecoa todo em mim também, absorvo o tempo e
de novo é tempo de estar por perto. Um perto que cuida, que faz bem, que enternece
os sentidos, que amolece a forma dura dos dias lá fora.
Espero silenciosa pelos dias que faltam. Espero pelo caminho
que se faz. Espero com a esperança de que os pés lado a lado são mais bonitos. Espero
com a saudade do marulhar e de mãos entrelaçadas.
Acabei de soltar este grito. Vejo as ondas sonoras a
baloiçar à minha frente. E lá ao fundo? Lá ao fundo… tu… tu… tu…
E eu?
Estamos longe para concretizar estas palavras. Que nos façamos
sempre perto. Perto e porto de nós.
P.S. Dancing in the moonlight, Don't we have it all? https://www.youtube.com/watch?v=ilw-qmqZ5zY
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