quarta-feira, novembro 28, 2007
Palavras abstractas
Apetece-me mentir ao dizer verdades, fazer um puzzle infinito e não me cansar, deitar-me e sonhar com o amanhã.
Este amanhã!... Incerto como um sopro, mas tão real como o Amor.
Apetece-me evitar o inevitável, corrigir o incorrigível, deter o possível.
Este possível!... Certo como um sopro, mas tão difícil como o Amor.
Apetece-me encontrar histórias em mim mesma, ouvir sem me falarem, inventar esboços de acaso.
Este acaso!... Incerto como sopro, mas tão culto como o Amor.
Apetece-me...
Apetece-me ser eu, ser tu, ser eles.
Estes eles. Surreais como Magritte, abstractos como nós mesmos.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Parece
Parece que é indiferente,
Parece que não nota que sente.
Parece que é distante,
Parece que não nota que cante.
Parece que é inexistente,
Parece que não nota que sente.
Parece que não nota que sente.
Parece que é distante,
Parece que não nota que cante.
Parece que é inexistente,
Parece que não nota que sente.
Tudo é feito de pareceres. Avaliamos tudo e todos, muitas vezes, de forma desacertada. Erramos. Erro.
Desculpa-me. Não sou perfeita. Sinto e vejo diferente.
domingo, novembro 18, 2007
O Pastor
"Pastor, pastorinho,
onde vais sozinho?
Vou àquela serra
buscar uma ovelha.
Porque vais sozinho,
pastor, pastorinho?
Não tenho ninguém
que me queira bem.
Não tens um amigo?
Deixa-me ir contigo"
Eugénio de Andrade
Ainda se diz que o menino acompanha o pastor no pastoreio. Ainda se diz que sonham juntos, brincam juntos, inventam juntos. Ainda se diz que procuram a ovelha como quem procura a pedra filosofal. Ainda se diz que ficaram amigos.
Os amigos ainda são o elixir da longa vida... - pensa o pastor enquanto olha para o sorriso da lua.
domingo, novembro 11, 2007
Sem êxito
Não eram apenas desenhos, eram também sentimentos. Diferentes dos comuns, iguais aos peculiares. Eram próprios e com um significado específico.
Os olhares exteriores tentavam decrifá-los com astúcia e depois da tentativa saíam contentes, achando que entendiam aqueles traços de sábio. Iam tão enganados. Deixaram-se levar pela tela da nuvem cinzenta capaz de ofuscar os olhos.
Mas houve uma pessoa, apenas uma, a quem ela não teve coragem nem força para os iludir. Porque ela sentia, via, pensava e satitava, do real para o imaginário, da mesma forma que o artista.
Coincidências? Apenas pessoas semelhantes que sabem que de nada vale ter astúcia quando se carece de sentir.
Os olhares exteriores tentavam decrifá-los com astúcia e depois da tentativa saíam contentes, achando que entendiam aqueles traços de sábio. Iam tão enganados. Deixaram-se levar pela tela da nuvem cinzenta capaz de ofuscar os olhos.
Mas houve uma pessoa, apenas uma, a quem ela não teve coragem nem força para os iludir. Porque ela sentia, via, pensava e satitava, do real para o imaginário, da mesma forma que o artista.
Coincidências? Apenas pessoas semelhantes que sabem que de nada vale ter astúcia quando se carece de sentir.
Sem êxito, a tentativa; sem êxito.
P.S. Este foi o meu 100º post ;) Por isso deixem uma marca...
segunda-feira, novembro 05, 2007
Na palma da minha mão
Pinto coloridos na palma da minha mão.
"Deus quer, o homem sonha e a obra nasce."
Fernando Pessoa
Porque eu sonho e porque sonhar faz e sempre fez parte de mim, vou continuar a pintá-los bem coloridos. E sempre que a cor se desvanecer, fecharei a mão e ela misturará texturas e luminosidades.Pinto coloridos na palma da minha mão.
Na palma da minha mão há cor e na tua?
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