Florença é para ser vista do alto. De cada lado da ponte
vecchio. A torre do palácio, a cúpula da enorme catedral, por um lado, os
jardins do outro palácio e o miradouro, por outro. Sentimo-nos pequenos e
sonhadores ao mesmo tempo. Florença é “pequenina”. As gôndolas são aqui substituídas
por coches nas ruas. Havia pintores pelas ruas como outrora, barulho nocturno de sexta-feira, “bairro alto” lá do sítio e teatro de rua. A música do rádio do artista chamava as pessoas. Aos poucos a
roda compunha-se de culturas. O artista gostava delas. Chamou um americano
gorducho e uma sul-coreana magrinha e de minissaia. Hum… apimentava-se
brincadeira e gargalhadas. O melhor foi as crianças. Primeiro a menina sem medo
e que ficou com medo por ele lhe ter tirado os óculos. Segundo, o menino com
medo e que ficou sem medo. Foi este que ele escolheu. Ensinou-o a benzer à
frente de todos. A fé anda nas ruas.
David. É um dos
sinónimos de Florença. A estátua é enorme e olhar para ela, andar ao redor dela,
pensar que foi esculpida por Miguel Ângelo, faz-nos sentir outra vez pequenos e
sonhadores. David ganhou Golias e esta história do antigo testamento eterniza a
força da inteligência e da coragem à brutalidade de alguns seres.
Mais arte, daquela que sempre vi em fotos e que um dia seria
vista pelos meus olhos. Vénus. A Vénus de Botticelli. Para mim o nascimento da espiritualidade
feminina, na nudez que é o amor.
Voltar a recordar Florença é lembrar-me do sino. Do sino que
nos deu as boas vindas com um Sol ainda reluzente. Voltar a recordar Florença é
lembrar-me do canto e do violino. Do canto e do violino que nos deram as boas
idas com um Sol ainda reluzente.
Fica para sempre.
2 comentários:
bonito :)
:)
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