sábado, março 14, 2015

Sol de Março

Março. O sol a querer ser quente. Os anos que já passaram. As histórias que trago dentro e que já estão tão no sítio.

Há arrumações que demoram tempo. Porque não temos tempo para mexer nelas e, ou muitas vezes, porque não estamos preparados para encontrar um início na confusão.

Há arrumações que se fazem aos bocadinhos. A velocidade é infinitesimal, mas acontece. Com os pensamentos a serem menos frequentes. Com a minimização que vamos dando ao que fez parte.

Depois disto, há um dia em que olhamos para dentro de nós e percebemos. Tanto.

De como estamos livres. De como estamos leves.

Quando acontece é esse o momento de voltar a voar. Não voltar a castrar sonhos. Deixar ir pelo sentido que achamos certo.

Depois disto, pode ficar outra vez tudo desarrumado. Com gavetas ainda maiores cheias de papéis feitos de memórias.

Aí volta o medo. Mas o processo da arrumação tem que partir de uma decisão pessoal.

Cada problema tem uma solução simples. O caminho para chegar até ela depende dos nossos olhos e das nossas mãos. Se os queremos fechados para não verem nada do que está desarrumado. Se as queremos quietas para não porem ordem ao que lá vai.

Hoje é um bom dia para arrumar a casa. Com um Sol de Março [de liberdade de leveza] à janela.


P.S. Não foi o texto que pensei para esta música que me encanta, mas foi o que saiu hoje. https://www.youtube.com/watch?v=QUxowFtSx_E

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